Ao longo dos dois dias de intervenção do projecto “Heranças Culturais”, o grupo averiguou a plena disponibilidade e envolvimento de todos os utentes da instituição (centro de dia e ATL), contando com a ajuda dos mesmos para a concretização do projecto. Para além dos utentes, contámos também com a presença e enorme ajuda da Dona Maria José Maçãs que não só deu o seu contributo teórico, como nos mostrou enorme agrado em participar neste projecto, familiarizando-se com todas nós.
Como em qualquer outro projecto, os objectivos traçados são sempre a prioridade número um para ser concretizada e, como tal, o nosso projecto não fugiu à regra. Promover o convívio entre diferentes gerações; proporcionar aos utentes do Centro Social Paroquial de Santiago da Urra o prazer de assistirem e participarem em momentos de poesia; promover diferentes formas de aproximação entre os utentes; desenvolver valores e atitudes de autonomia e participação; sensibilizar as crianças e os idosos para o facto de nunca se ser demasiado “novo” nem demasiado “velho” para puder ser culto e promover a participação comunitária dos indivíduos, foram apenas alguns dos objectivos que vimos ser cumpridos na perfeição, o que faz com que o projecto tenha corrido de forma muito positiva, e o facto de ter sido uma actividade intergeracional tornou o projecto muito mais enriquecedor.
Com o decorrer do projecto deparamo-nos com algumas dificuldades, nomeadamente ao nível dos nossos convidados que, mesmo no final da nossa calendarização, não puderam comparecer nas nossas actividades, o que não impossibilitou que as mesmas fossem concretizadas.
Sendo a Animação Sociocultural um instrumento de desenvolvimento e de mudança, sugerimos aos utentes e à animadora sociocultural que dessem continuidade a um projecto desta natureza, visto que o lar conta com bons poetas populares e porque, tal como referimos na nossa intervenção, “nunca é tarde para aprender.” Deste modo, consciencializamo-nos que podemos sempre fazer melhor e que as criticas que recebemos têm que ser vistas de forma construtiva, de forma a evoluirmos sempre, quer a nível profissional, quer a nível pessoal.
"Heranças Culturais"
O projecto "Heranças Culturais" surge no âmbito da unidade curricular de Projecto, inserida no plano curricular do 3ºano de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Portalegre, sob a orientação do nosso Director de curso, o Professor Doutor Avelino Bento.
Descrição do projecto "Heranças Culturais"
O projecto "Heranças Culturais", projecto cultural, que será implementado no Centro Social e Peroquial de Santiago da Urra, visa fumentar a implementação de actividades que possam alterar o modo de vida da comunidade da Urra, tornando-os mais autónomos e capazes de valorizar aquilo que os rodeia.
Para tal, e como impulsionadoras deste projecto, foi a nossa vez de valorizar as capacidades dos utentes com quem vamos trabalhar e, assim, estipular o tipo de actividades a implementar com os mesmos.
Tendo em conta que iremos ter dois tipos de utentes (crianças e idosos), pensámos que seria enriquecedor para ambos realizar uma actividade inter-geracional para, desta forma, vermos o quanto as crianças podem aprender com os idosos e vice-versa.
Com o nosso projecto pretendemos valorizar as potencialidades de todos os utentes da instituição, levando-os a participar e a interagir com os poetas populares por nós convidados, bem como conhecer a história de vida de um conceituado poeta do distrito de Portalegre, José Régio, que será descrita pela D. Maria José Maçãs.
Depois de implementado, tencionamos que este projecto seja permanente, ou seja, que anualmente seja concretizado o "Encontro Cultural" na instituição em causa, de forma a dar continuidade aos nossos objectivos e para mostrar à comunidade que nunca é tarde nem é cedo para se ser culto!
Para tal, e como impulsionadoras deste projecto, foi a nossa vez de valorizar as capacidades dos utentes com quem vamos trabalhar e, assim, estipular o tipo de actividades a implementar com os mesmos.
Tendo em conta que iremos ter dois tipos de utentes (crianças e idosos), pensámos que seria enriquecedor para ambos realizar uma actividade inter-geracional para, desta forma, vermos o quanto as crianças podem aprender com os idosos e vice-versa.
Com o nosso projecto pretendemos valorizar as potencialidades de todos os utentes da instituição, levando-os a participar e a interagir com os poetas populares por nós convidados, bem como conhecer a história de vida de um conceituado poeta do distrito de Portalegre, José Régio, que será descrita pela D. Maria José Maçãs.
Depois de implementado, tencionamos que este projecto seja permanente, ou seja, que anualmente seja concretizado o "Encontro Cultural" na instituição em causa, de forma a dar continuidade aos nossos objectivos e para mostrar à comunidade que nunca é tarde nem é cedo para se ser culto!
quinta-feira, 16 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
O papel da instituição no âmbito das práticas socioculturais
Entender o papel das instituições no desenvolvimento é entender as condições necessárias ao empreendimento da acção humana, como acto propositado e consciente, no enriquecimento e crescimento. É entender o papel da preservação da acção humana no passado, traduzido no presente como propriedade privada e os limites destes agentes preservadores, de forma a não impedir a criatividade e a liberdade.
As instituições são parte, e muitas vezes o todo, do desenvolvimento, o fortalecimento destas são condição primária, essencial e anterior ao desenvolvimento, isto é, os conceitos de respeito ao fruto do trabalho e capacidade são derivados de instituições anteriores às leis e códigos comerciais.
Para se gerirem as instituições é necessário localizar o contexto geral a organização de uma comunidade, esta organização exige a criação de serviços de acordo com as necessidades e as ajudas que a mesma comunidade acabou por recorrer.
A chave para o desenvolvimento humano é o “uso que as pessoas fazem das suas qualidades adquiridas para utilizarem nos tempos livres, ou para a actividade cultural, social e política.” Neste sentido, podemos contactar a validade das práticas sociais, como desenvolvimento da consciência dos cidadãos e do exercício dos directos humanos.
As instituições, como estruturas organizadas da acção social, transformam-se nos melhores instrumentos para o desenvolvimento da comunidade.
A animação sociocultural tem como papel principal o desenvolvimento humano através do processo dos grupos. A comunicação humana, o relacionamento, a conjunção de capacidades, aceitação individual no grupo e a contribuição para a colectividade são alguns dos principais objectivos da animação sociocultural. Trata-se de um desafio na construção da cultura através da acção social. As instituições, enquanto serviço público, têm capacidade para transformar e para reforçar as estruturas sociais existentes.
Contextualização Teórica
A Animação Sociocultural na Infância
Citando Marcelino de Sous Lopes, "o desenvolvimento da Animação infantil corresponde a uma necessidade básica, sentida com o estabelecimento do regime democrático em Portugal, e que ganhou expressão como forma de Animação Socioeducativa. Teve como objectivo central complementar as funções cometidas, tradicionalmente, à escola, pela via da educação não formal." A actuação da Animação na infância foi representada na realização de programas lúdicos e formativos, tais como colónias de férias e passeios e visitas de estudo. "estas actividades baseavam-se em processos de aprendizagem dinâmicos, resultantes da partilha e da intervenção das crianças entre si e destas com os seus monitores, isto é, eram actividades em que estava presente uma dimensão intergeracional.
Existem várias actividades, tais como: expressão dramática, o jogo, expressão musical, expressão plástica e recreação de acontecimentos da época.
Segundo Ana Calvo, a Animação no contexto da infância não altera os seus princípios norteadores:
"A animação sociocultural na infância mantém na sua forma de fazer os princípios própios que a animação sociocultural defende, e somente nos seus programas de intervenção, nas suas actividades e metodologias, encontraremos processos específicos e diferenciais fruto, por um lado, do ajuste às carcterísticas e necessidades dos grupos destinatários da sua acção, e por outro, da sua estreita relação com a pedagogia do ócio."
(Calvo, 1997:p.213)
Qualquer actividade que se leve a cabo no domínio da Animação infantil deve obedecer a princípios que contemplem: a criatividade, a componente lúdica, a actividade, a socialização, a liberdade e a participação.
A Animação Sociocultural na 3ª Idade
Citando ,mais uma vez, Marcelino de Sousa Lopes, "o envelhecimento da sociedade portuguesa é comprovado, quer pelo considerável aimento de lares públicos e privados para idosos que se verificou na última década, quer pelo incremento de acções formativas, de carácter técnico profissional e até superior, no âmbito da Animação Sociocultural para a terceira idade, para profissionais desihnados como Animadores geriátricos.
A Animação Sociocultural na terceira idade funda-se, portanto, nos princípios de uma gerontologia educativa, promotora de situações optimizantes e operativas, com vista a auxiliar as pessoas idosas a programar a evolução natural do seu envelhecimento, a promover-lhes novos interesses e novas actividades, que conduzem à manutenção da sua vitalidade física e mental, de perspectivar a Animação do seu tempo, que é, predominantemente, livre.
É o incremento deste tempo demasiado livre que, no contexto da Animação, deve servir para uma valorização pessoal, tendo como desiderato central a auto-estima e a participação comprometida com um bem-estar individual e colectivo. isto mesmo nos diz Elizasu, através da noção da Animação Sociocultural no âmbito da terceira idade:
"A aparição da Animação Sociocultural no campo da terceira idade surge em resposta a uma ausência ou diminuição da sua actividade e das suas relações sociais. para preencher esse vazio, a Animação Sociocultural trata de favorecer a emergência de uma vida centrada à volta do indivíduo ou do grupo. A Animação Sociocultural concebe a ideia de progresso das pessoas idosas através da sua integração e participação voluntária em tarefas colectivas nas quais a cultura joga um papel estimulante..."
A Animação Sociocultural na terceira idade engloba; a animação estimulativa, a animação ao domicílio, a animação na instituição como lares e centros de dia e a animação turística para a terceira idade."
Objectivos do projecto "Heranças Culturais"
O Projecto "Heranças Culturais" é um projecto de cariz cultural que, tal como qualquer outro projecto, visa alcançar determinados objectivos, são eles:
OBJECTIVOS GERAIS:
• Promover o convívio entre diferentes gerações;
• Proporcionar aos utentes do Centro Social Paroquial de Santiago da Urra o prazer de assistirem e participarem em momentos de poesia;
• Promover diferentes formas de aproximação entre os utentes;
• Desenvolver valores e atitudes de autonomia e participação;
• Sensibilizar as crianças e os idosos para o facto de nunca se ser demasiado “novo” nem demasiado “velho” para puder ser culto;
• Promover a participação comunitária dos indivíduos.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
• Adquirir hábitos de lazer;
• Promover bons momentos de convívio entre as várias gerações através das actividades desenvolvidas;
• Dar a conhecer às crianças e aos idosos outras alternativas para ocuparem os seus tempos livres;
• Promover a participação activa na comunidade através das várias actividades;
• Contribuir para o desenvolvimento local da freguesia de Urra;
• Partilhar momentos de convívio entre crianças e idosos;
• Dar a conhecer vários estilos de poesia;
• Despertar interesse pela poesia popular.
Breve referência histórica do Centro Social e Paroquial de Santiago de Urra
Em 1956, o espaço que hoje ocupa o Centro Social e Paroquial de S.Tiago da Urra, era designado pela Casa do Pobre, na qual vivia um sacerdote, o Padre Santiago. Nesta casa confeccionavam-se e forneciam-se refeições aos mais desfavorecidos.
A população da freguesia da Urra situa-se em meio rural, é dispersa, e os seus habitantes têm algumas carências sociais e económicas. Para fazer face a estas dificuldades, criou-se um Centro de Assistência, na zona envolvente à Casa do Pobre.
Surgem cada vez mais pedidos de apoio por parte dos mais carenciados – daí nasceu a vontade de criar um Centro Social. Assim, em 1966, a paróquia comprou o terreno onde se situava o dito Centro de Assistência, do qual doou parte para a construção de um Centro de Dia.
Até 1999 o Centro de Dia estava a funcionar, fazendo também apoio ao domicílio, à semelhança do que hoje acontece. Nele havia apenas 7 funcionários.
Com as alterações dos hábitos de vida da sociedade actual, surgiu a necessidade de um local onde deixar as crianças para além do horário escolar. Em 2001, através do Projecto “Luta Contra a Pobreza”, nasce o ATL – Actividades de Tempos Livres –, que colmata essa necessidade até aos dias de hoje. Para além do ATL, ao abrigo do mesmo projecto, em 2002 surge o Lar de Idosos que serve quinze utentes.
Como resposta ao problema do isolamento e da solidão dos mais idosos, e associado a outras carências a vários níveis, a 14 de Dezembro de 2006 foi inaugurado o Centro de Noite, e em 2008, através do Projecto PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais –, converteu-se em Lar de Idosos, contando agora com cinquenta utentes.
O Centro Social Paroquial de Santiago da Urra, nome atribuído a esta instituição, em muito tem contribuído para a criação de postos de trabalho, sendo neste momento de quarenta funcionários, provenientes de várias freguesias vizinhas.
Com perseverança e verdadeira dedicação, o Centro Social e Paroquial de S. Tiago da Urra não para de crescer, fruto de muito trabalho e organização.
Actualmente já estão a prosseguir as obras para a Unidade de Cuidados Continuados, com capacidade para trinta utentes, e consequentemente a criação de mais vinte e cinco postos de trabalho de diferentes áreas e responsabilidades.
Está já em projecto a construção de residenciais para mais utentes, e ainda a construção de uma piscina.
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